sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Ás vezes não querer ter filhos é um ato de altruísmo

Quando comecei a escrever no Obvious, me deparei com um texto que muito me agradou. Um texto que questionava se as mulheres queriam realmente criar um filho ou ter um bebê. O texto fez um tremendo sucesso, sendo aplaudido por muitos e rendeu também alguns comentários grosseiros como todo texto importante gera.

A agressividade decorre, em minha opinião, do vislumbre de fantasmas internos que preferimos ocultar de nós mesmos. Quando alguém diz algo com que concordamos, mas não queremos concordar, normalmente reações agressivas explodem. Na verdade estamos brigando com a gente mesmo e o outro é apenas um canal para a nossa raiva contida.

As pessoas costumam rotular de egoístas as mulheres que não querem ter filhos. Mas talvez realmente egoísta seja a mulher que não quer ter um filho, mas mesmo assim o tem.

Infelizmente nem todas as mulheres nascem com a vocação para serem mães. Quando entrei em contato com este tema pela primeira vez fiquei um pouco chocada pois na minha cabeça ter filhos era fundamental para todas as mulheres. Me pareceu estranho uma mulher não ter nascido para ser mãe. Mas acontece e ninguém deveria se sentir obrigado a ter filhos por nenhuma razão que fosse o verdadeiro desejo de ser mãe e a real intenção de se comprometer com a educação do filho.

Sei que colocarei o dedo na ferida, mas infelizmente vemos muitas mulheres sem instinto maternal e despendimento lutando para serem mães. Mulheres que trabalham 14 horas por dia e que se colocam em primeiro, segundo e terceiro lugar querendo ser mães. Por quê? Para cumprir um preceito social? Para dizer que conquistou tudo que é importante para uma vida próspera?

Filhos não são bonecas com quem brincamos quando queremos. Filhos são seres humanos extremamente dependentes e exigentes que vão desejar o melhor dos nossos sentimentos, o melhor do nosso tempo e energia.

Criar bem um filho não se resume a pagar a mensalidade de uma boa escola e encher a criança de presentes caros. Criar bem um filho não se resume a decorar um quarto lindo para ele e levá-lo para a Disney nas férias de julho.

Filhos precisam da companhia das mães. Filhos querem ouvir histórias antes de dormir. Filhos querem ser abraçados e beijados. Filhos querem contar o que aconteceu na escola e pedem ajuda para fazer os deveres. Filhos não querem ser filhos apenas nas férias, feriados prolongados e meia hora por dia, entre a chegada do trabalho e os cuidados com a beleza.

Não digo que uma mulher não possa conciliar uma carreira com maternidade. Claro que pode. Pode e deve. Mas mulheres muito voltadas para as sua carreiras, viciadas em trabalho, que vivem viajando a negócios e fazendo horas extra deveriam pensar calmamente se nasceram mesmo para serem mães.

Quem deseja uma vida livre de horários, quem deseja fazer amor no meio da sala e tirar férias em qualquer época do ano, quem não se comove com o universo infantil e não se vê assistindo a teatrinho de escola, deveria ser sincero consigo mesmo e dizer “Não nasci para ser mãe”. A mulher não pode sentir que está desperdiçando a sua vida ao cuidar do filho. Se ela assim o sente, além de sofrer muito, fará a criança sofrer também. Crianças criadas com pouco afeto e paciência tendem a não conhecer limites e têm mais dificuldade para estabelecer vínculos afetivos fortes.

É muito triste ver tantas crianças vivendo de migalhas afetivas, aproveitando as sobras de tempo que a mãe oferece. Se o tempo é escasso mas carinhoso, ainda vai. E quando a mãe chega sempre tensa e nervosa , louca para se esfoliar e se hidratar e a criança aparece cheia de demandas? Ser mãe não é carreira nem emprego. É vocação e missão.
SILVIA MARQUES 

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Por que produtos em scrapbook são caros se são feitos em papel?


  • Primeiro porque os trabalhos são feitos em papel 180g, 250g ou 300g, ou seja, 2x mais grossos (no mínimo) que um simples sulfite.
  • Os papéis para scrapbook são livres de ácido. Aí você me pergunta: "Como assim?" E eu te explico: São papéis de qualidade superior, não mancham com as colas, tem maior durabilidade, não amarelam e não se autodestroem com o tempo. Por isso seu custo também é mais caro.
  • Os produtos que usamos para criar um trabalho perfeito também são caros e em sua grande maioria, são importados.
  • Os chalks, mais conhecido como giz, são produtos caros e importados e usamos muito para criar sombras ou detalhar um trabalho.
Foto Divulgação

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  • Ilhóses, bailarinas, apliques de metal ou de madeira, carimbos e carimbeiras, colas especiais, canetas especiais, réguas de metal, estiletes de precisão, tesoura de precisão, pinças de precisão, furadores e mais furadores, fitas e mais fitas de colagem... Tudo isso tem um custo alto e em sua grande maioria o consumo também é rápido.
  • Só pra ter uma ideia, usamos uma cola especial reposicionável na base da silhouette pra colar o papel e ela poder recortar lindamente. O custo dela sai pela bagatela de quase R$ 80,00.
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  • Cristais, pérolas, fitas e afins são bem mais baratinhos e encontramos com facilidade em regiões onde há mercadões de artesanato. Mas experimente comprar ferramentas.
  • Máquina de recorte, mundialmente chamada de Silhouette, ela apenas recorta papéis e alguns tipos de tecidos. Existe em dois tamanhos e o preço dela não é nada baratinho.
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  • Mas se você quiser imprimir um trabalho pra Silhouette recortar, terá de ter uma impressora. Se for laser, terá que arcar com tonners caríssimos e se for jato de tinta, cada cartucho tem cerca de 8 ml e se um acaba, não consegue imprimir até o repor. Mas se for depender de gráfica aí sim é que se trabalho ficará ainda mais caro.
  • E se quiser fazer um relevo no papel, do qual chamamos de emboss? Aí também tem uma máquina especial pra isso e claro, não é barata. E não adianta ter a máquina se não se tem as plaquinhas. Sim, aquelas que são importadas e que tem um valor aproximado de R$ 30,00 cada uma pra fazer emboss em um pequeno pedaço de papel, porque se for no A4 melhor nem comentar o preço da plaquinha.
Foto Divulgação

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  • Mas e se de repente você desejar encadernar o seu álbum ou a sua agenda ou o seu planner ou um simples caderno? Também há máquinas especiais pra isso. E o preço? Ahhh, é bem variado no mercado, mas com certeza não custa o mesmo que um pacote de folha de sulfite.
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  • Mas além das máquinas para encadernar, existem outros materiais dos quais também são necessários para se criar capas em scrapbook lindíssimas e dos quais seu custo não é muito em conta.
  • E se no meio do caminho você desejar colocar um simples ilhós em seu trabalho, também vai precisar de uma máquina pra fazer esse furo e essa colocação da qual chamamos de Crop a Dile. 
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  • Mas pra você saber usar tudo isso, é necessário fazer cursos de especialização até para aprimorar e qualificar cada vez mais o seu trabalho. E cada profissional tem um valor diferente para dar aulas. Algumas incluem materiais outra não.
Então, quando você chegar em um artesão profissional que trabalha com papéis, não diga a ele que "está caro", "mas é só papel", "é feito de cartolina?"...
Para se montar um trabalho bacana, muitas vezes leva tempo e muito tempo, horas recortando pecinhas e mais pecinhas, grandes, médias, pequenas, minúsculas, cortando fita banana finamente, passando pedaços de papel em máquinas de emboss, colocando ilhóses, bailarinas, fitas e cristais...
É um tal de cola papel na base, recorta, tira as peças da base uma a uma, dobra a peça, corta fita banana, cola fita banana, tira o liner da fita, cola outro papel, repete isso tudo mais uma vez, cola na peça, corta fita, cola fita, cola cristais...
Peça pronta, prepara estúdio, prepara luz, prepara câmera, tira foto, edita foto, publica a foto em 253 redes sociais que você tem conta, coloca #hashtag em tudo e aí fica esperando os comentários e tudo o que vê apenas são poucas curtidas.
Esse é o trabalho não valorizado de um artesão.
E muitas vezes não é nem valorizado por ele quando o mesmo insiste em cobrar um valor irrisório para todo esse tanto de trabalho achando que está lucrando com tudo isso.
Artesão, #ficaadica, a valorização começa por você!
Invista em você e no seu trabalho!
Especialize-se!
Valorize-se!